Minha vida em geral não anda fácil, aliás, nunca foi. Mas,
ultimamente aconteceu algo que tem feito com que meus dias se tornem mais
“vivos”, mais leves e agradáveis de modo geral. Quem me conhece ou acompanha o
blog, sabe que estou “policasada” - na falta de um termo melhor - com o meu
querido Rafael.
O nosso relacionamento é REALMENTE maravilhoso! E isso, sem
idealizações mesmo, conheço BEM de perto os defeitos do Rafa e ele os meus, mas
somos tão compatíveis, tão companheiros, amigos- confidentes, amantes,
companheiros de luta, etc, etc. , que nao consigo me imaginar tendo uma relação
mais prazerosa ou saudável do que essa. Sempre gostei da possibilidade de
existirem outras pessoas por aí que me despertassem tanto amor/ amizade, mas
por mais que tenha tido alguns relacionamentos legais, nunca chegou nem perto
do que eu tenho em casa – o que de certa forma, mesmo sendo escroto da minha
parte, me "frustra".
Alem, desse “problema” , eu tinha outro muito chato...que
era o de nao conseguir sentir compersão (ficar feliz pela pessoa que você ama
também estar feliz / ser amada por outrxs). Eu até conseguia sentir amizade
pelas meninas com que o Rafa se relacionava (e algumas delas se tornaram
verdadeiramente amigas)
ou então me sentia indiferente e, algumas vezes, até mal.
Mas agora, está acontecendo algo lindo! Quero compartilhar
com o mundo!! Eu não só estou me relacionando, de fato, pela primeira vez com
uma mulher na vida (por mais que já fosse bi há anos), como ela e o Rafa também
estão tendo um afair! E o curioso... ISSO ESTÁ ME DEIXANDO TÃO FELIZ! Sei que o
que os dois sentem por mim é profundo e verdadeiro, sei também que o que começa
a surgir entre eles é sincero e eu tenho dado toda força e incentivo possível,
aconselho os dois (quando me pedem opinião), elogio sempre um para o outro,
acho fofas as mensagens públicas e carinhosas que ambos se “presenteiam”. E,
juro, que quero muito que sejam felizes como eu sou com eles! <3
E então me passa pela cabeça mais uma vez aquela odiosa
frase “polis não amam de verdade”... se isso não é amor, é amor sem amarras,
sem posse, sem insegurança, sem egoísmo, O QUE É???
Vou ser sincera, achei que talvez eu fosse limitada demais,
devido a minha “pré-história” monogâmica para sentir um sentimento tão novo,
mas não! Eu sinto e amo sentir e faz todo sentido com o que acredito e defendo
racionalmente, ou seja, é realmente um marco na minha vida!
Outra coisa que reafirmei mais uma vez através dessa
experiência é que nossos sentimentos SÃO CONDICIONADOS pelo nosso comportamento, pelo modo
como vivemos e enxergamos o mundinho que nos cerca. Acho completamente
plausível que em, maior ou menos escala, pessoas que se proponham a VIVER,
experimentar o Poliamor, venham a mudar radicalmente a forma como sentem e pensam; e digo isso nao só em termos de
relacionamento, mas em um âmbito existencial mesmo.
Não somos seres “naturais”, não existe essência humana,
galera! Somos culturais, somos formados a partir do meio em que estamos
inseridos e, por isso, podemos nos tornar a pior espécie que já existiu no
planeta, como também a melhor! A História é dialética, e eu quero apostar na
segunda opção. A verdade é que: PODEMOS SER MUITO MELHORES DO QUE SOMOS!
SHARLENN