Não é fácil ser tão diferente dos padrões estabelecidos pela
sociedade. Hoje, nao sofro por uma dualidade subjetiva, sinto-me bem sendo quem
sou – ateia, socialista, rockeira, poli, bissexual, pretensa filósofa e
escritora. Mas percebo que sou uma bizarrice perante os outros... Isso nao deveria
me incomodar, mas fui condicionada a tentar agradar, a ser aceita (por mais que
nunca tenha sido). Às vezes odeio não conseguir ser “normal”, às vezes gostaria
de ser burra, tapada, acomodada, alienada... viver como a maioria vive, pelo
menos estaria com minha filha...

Esse mundo é insano! As pessoas vivem achando que são
livres!!! Mas nao conseguem se libertar nem em suas mentes! Completamente
manipuladas pela ideologia burguesa... E eu vejo tudo isso, olho pra mim, minha
impotência, vejo o quarto vazio da minha filha, penso nos 31 anos de vida
desperdiçados.. e choro!
Quando desanimo, as pessoas mais próximas me
reafirmam que o mundo precisa de pessoas como eu, com coragem, força,
inteligência, conhecimento e boa-fé... Mas cadê tudo isso em mim que eu não vejo? Que coragem é essa que me paralisa quando preciso agir, quando preciso
gritar?!
Para que me serve a inteligência e o conhecimento se não
consigo transformá-los em nada de útil? Não consigo nem ao menos ser a
professora que já fui um dia...não acredito mais que posso convencer ninguém
através da razão...se a estrutura social nao mudar, nao há solução...nem pra
mim, nem pra ninguém.
Está tudo errado...mas quem se importa?!
Nem todas as escolhas são fáceis, principalmente aquelas que vão contra a corrente, mas ou é viver tendo consciência das consequencias de ser "diferente"(assumindo os riscos e responsabilidades dessa escolha) numa sociedade de "iguais", ou fazer lobotomia :P
Mas nisso tudo, uma coisa é certa, o Rafael (meu "polimarido") foi/ é a pessoa mais companheira e dedicada que conheci na vida! Sei que para muita gente esses conceitos parecem incompatíveis: não exclusividade afetiva/ sexual X amor e
companheirismo... Desolador o que o moralismo vigente consegue fazer com a
cabeça das pessoas...
Mas é esse mesmo Rafael, poliamorista, que não me pede
exclusividade nenhuma, o único que está todo esse tempo ao meu lado, me levantando
quando caio, enxugando minhas lágrimas, me ajudando a continuar...
Nadar contra a correnteza, nunca é fácil!!!
ResponderExcluirSó mesmo com muita resistência e persistência ... feliz por vc ser quem é e ter os queridos que te cercam ... a luta é justa, pq é sincera!
Beijos no seu coração, com saudades!!!
Flavinha
Obrigada minha amiga querida! Beijos no seu coração também!
ExcluirAndo tendo os mesmos questionamentos que vc...só que de uma forma mais otimistas...tenho a certeza que existem muitos como nós...que desejamos um mundo verdadeiramente humano...só que acho que só teremos forças quando nos unirmos em um mesmo objetivo...uma andorinha sozinha não faz verão...hoje temos muitos meios de chegar até a sociedade de massa...hj se usarmos de sabedoria conseguiremos sim mecher nestes pilares sólidos da alienação coletiva...ja somos muitos dispertos...só precisamos nos organizar...temos muitas forças libertadoras tomando frente...só que tudo muito paralelamente...o caminho para termos algo de expressão é a união de todas estas forças paralelas tornando-as uma só ...cada uma dentro de sua linha...mas com foco no objetivo comum que é começarmos a termos uma sociedade justa e igualitaria para todos respeitando a opção pessoal de cada individuo...nos desesperamos não vai nos levar a caminho nenhum...sei o que vc sente quando escreve que se sente impotente...mas só o fato de indetificarmos a doença ja é o caminho para a cura...pense nisto. sharlem...quem escreve é a andréa dias...não tenho gmail...rs...fernando costa é um de meus maridos.bjs.
ResponderExcluirQuerida Andrea, que você esteja certa e que haja a união necessária para que possamos fazer as mudanças sociais que precisamos.
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