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terça-feira, 15 de julho de 2014

Por um mundo sem opressão

Vivemos em uma sociedade onde quem não se encaixa nas regras e padrões do status quo, invariavelmente sofre algum tipo de discriminação e/ou opressão. No meu caso, ser mulher, bissexual e poliamorista faz com que eu sinta uma rejeição enorme pela maior parte das pessoas que me conhecem (fora da "bolha" em que vivo), no trabalho, na família, na vizinhança...

Quando reflito sobre essa rejeição, percebo que os motivos são completamente irracionais - nunca fiz mal a nenhum deles, aliás, sou normalmente uma pessoa bem empática e " boazinha"...ainda assim, não gostam de mim porque sou diferente, errada (aos olhos deles), não vivo a vida que a sociedade impõe aos seus "carneirinhos". Pior do que isso: ouso ser quem sou, dizer quem sou e defender os direitos de quem é oprimido.


Quando decidi enfrentar os valores vigentes e as normas sociais de nossa sociedade doente, sabia que teria uma luta muito árdua pela frente. Somado o que já disse sobre mim ao fato de eu ser mãe e professora de filosofia/sociologia, os desafios são ainda maiores. Mas que escolha eu tinha? Continuar vivendo um personagem, uma vida de mentira ou me afirmar como sou e lutar para que outras pessoas pudessem fazer o mesmo sem tanto sofrimento?


A minha constatação é que não sou EU que devo mudar, e sim a hipocrisia, o individualismo, a competição e o mercado. Sei que sozinha sou muito pouco, quase nada para conseguir alguma mudança relevante; mas juntos, todos os oprimidos, os tidos como "desajustados",  descartáveis,  "errados", podemos pressionar esse sistema opressor e conseguir vitórias importantes.


Então hoje escrevo um apelo às pessoas que não se sentem adaptadas, que sofrem uma ou mais opressão em suas vidas, que se unam a nós. Desistir e abaixar a cabeça não é o melhor caminho, mudanças acontecem o tempo todo, paradigmas são transformadas, a História nos mostra que  Revoluções são possíveis!


Estou cansada de ser tratada como uma aberração porque não me reduzo a um robô do sistema, não acato todas as suas normas e regras, questiono o que acho errado e luto pelo que considero certo. Vocês não??

Sharlenn

3 comentários:

  1. Diante da sociedade padrão que você descreveu, talvez Nietzsche diria: Ecce homo!

    Muitos sentem orgulho de ser diferente (não importa em que grau) do padrão social, visto que tal padrão é pobre, alienante...

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    1. Sim, em algum grau eu concordo com você e com Nietzsche, o problema é que, querendo ou não fazemos parte dessa sociedade e precisamos nos inserir nela de alguma forma para sobreviver (por exemplo, trabalhar). É muito menos danoso ser diferente quando se tem condições financeiras e status social para isso.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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