Esse é o
primeiro post do blog em 2015. Motivo de tanta demora para postar? Muitas
mudanças na vida! Em termos de relacionamento uma grande novidade: Vou me
casar! Casar?! Soa muito estranho até pra mim, porém, será um casamento
obviamente não tradicional. E não, isso não significa que deixarei de ser
poliamorista, pelo contrário, nossos relacionamentos (meus e do parceiro em
questão) estarão presentes na cerimônia que estamos elaborando, tendo,
inclusive, papel fundamental em todo ritual.
E mais, não
é por estarmos casando a “dois” que amamos menos nossos outros relacionamentos.
Casar, no sentido prático, é uma escolha de como viver o dia a dia, é a escolha
por conviver diariamente com outra (s) pessoa(s) e não um nivelamento dos
amores
Porém, devo
confessar que a palavra casamento me
angustia devido ao conceito monogâmico adotado pelo senso comum. Mais uma vez
sinto falta de termos não monos para designar o que vivemos, por isso quero
explicar o que entendo por casamento e família: o casamento aqui representa
simplesmente nosso compromisso, confiança e amor tornando-se público. É querer
compartilhar nossa felicidade com todxs! Não significa exclusividade afetiva
e/ou sexual, aponta apenas o nível de comprometimento que temos e queremos
manter, o nível de organicidade da relação. Gostamos de viver juntos, somos
melhores pessoas convivendo do que afastados, temos planos de vida em comum.
Já a questão
questão do que é ser família é
simples: pessoas que querem fazer parte da vida uma das outras por questão de
afinidade. Independente de laço biológico, família é amor; são as pessoas que
fazemos questão de ter por perto (mesmo que não no espaço), que confiamos, nos
importamos, que amamos mesmo. E já temos nossa família! Nossos amores e amigos
e, posteriormente, nosso gato. Minha filha faz parte da nossa família, o “abor”
do meu companheiro faz parte da nossa família, etc, etc.
Entretanto,
ouvi muitas críticas por parte de não monos, recriminando minha escolha,
apontando o dedo na minha cara e dizendo que estou pouco a pouco abandonando o
Poliamor. Isso é tão absurdo como querer qualificar um indivíduo solteiro que
se entende mono de poliamorista apenas pelo fato dele estar solteiro.
Aliás, hoje
pretendo casar com um dos meus relacionamentos, mas nada impede que no futuro
eu queira casar com mais outro ou que meu companheiro case com outras, tenha
filho com outras mulheres, etc. O único impedimento para isso atualmente é
legal. A bigamia é crime! Está na hora da sociedade rever toda essa questão
jurídica porque NÓS existimos – queiram ou não.
De qualquer
forma, casando ou não, tendo mais filhos ou não, o poliamor faz parte de quem
sou. Sou tão poli como sou rockeira e atéia por exemplo. E como alguns devem
saber, o poliamor para mim é bem mais do que uma escolha de vida, é uma questão
política. Defendo uma sociedade em que ser não mono seja tão comum e aceito
como gostar ou não de ir ao cinema, de gostar ou não de comer batata frita rs. Parece
ridículo, mas essa “ naturalização social” (que expressão estranha :P) do
Poliamor é fundamental para o fim da polifobia e para a conquista de direitos
civis.
Por fim,
como o casamento será em um espaço público (que ainda estamos decidindo),
compareçam!!! Mais informações sobre
nossa celebração serão postadas no blog!
Nossa participação na rádio manchete:
https://www.facebook.com/ConfrontoManchete/photos/a.621500084569641.1073741826.499670926752558/873285306057783/?type=1&permPage=1
Sharlenn