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quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Ou se adapta ou morre?

Dentro da estrutura "funcional" dessa colônia chamada Brasil compete às autoridades auto-impostas ou inadequadamente eleitas, aos "especialistas" de todo tipo (formalmente legitimados pelo sistema), definir, regular,  controlar, "disciplinar" a vida dos indivíduos. Assim, quem não se "enquadra" no modelo de "cidadão são, "normal", "produtivo" - criados e impostos pelos "especialistas"- é julgado, inferiorizado, ridicularizado, e, não raro, punido.

Tudo o que é diferente, que não se compreende (ou que não se torna vantajoso de ser compreendido), torna-se um enigma e uma ameaça. Indivíduos que fogem aos "padrões" são tidos como adversários, opositores. O diferente é inaceitável porque é temido, porque carrega em si a possibilidade de algo novo, de reflexão e questionamento do dogma da naturalização dos valores e estruturas atuais.



Tragicamente, os "não enquadrados" acabam, ou interiorizando grande culpa por não ser quem queriam que eles fossem, ou se vêem privados da liberdade de existirem tais como são, como se construíram. A privação de liberdade é traduzidas em violência psíquica, física e em sanções variadas. 

Essa é a nossa sociedade -  gerida  pelo alicerce capitalista, moralista, opressor e hipócrita. Uma cultura que reprova o diferente, que o criminaliza (de forma implícita ou explícita), acaba tornando inviável a existência do mesmo.

A pressão é torturante, a exigência por adequação massacra a individualidade de quem ousa pensar autonomamente, de quem assume valores que fazem sentido, não com a hipocrisia do status quo, mas com  a realidade concreta, factual e aos desejos sinceros de igualdade, fraternidade e expansão.

Como diferenciar Virtude, Transgressão, "Pecado", "Vontade de Potência", Crime? Quem é apto a decidir? A julgar a sanidade? Que lei? Que justiça? Quem nessa sociedade medíocre e gananciosa saberia enxergar a distinguir o Ubermansh de um verme que deve ser esmagado? 

Não Monogâmicos, Homossexuais, Bissexuais, Transexuais, Negros, Feministas, Socialistas, Anarquistas, Trabalhadores que apenas subsistem, Artistas que nunca serão reconhecidos...Todos nós estamos na mesma gaiola, uns já perceberam, outrxs nunca perceberão...mas somos VÍTIMAS  desse mundo cruel e dessa sociedade assassina. 

Todos os dias é a dor, o desespero, a angústia, a culpa, a pressão que mata milhares de nós. 

A burguesia cospe na nossa cara e muitos de nós ainda a aplaudimos... queremos ser como eles, ter os mesmos direitos...ao invés de lutar para que NINGUÉM nunca mais seja trancafiado em uma gaioloa,
mesmo que dourada... 





Sharlenn

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