Apesar das dificuldades que persistem, me sinto realizada hoje por ter
literalmente dado "minha cara a tapa" em defesa do Poliamor: por ter me
assumido poli publicamente, por ter tido a iniciativa de escrever um
blog sobre o tema, estar escrevendo um livro, estudando e vivendo esse
modelo de relacionamento não mono.
Muitas foram as críticas, as
caras de desprezo e desaprovação, as piadas machistas, os debates
revoltantes com moralistas retrógrados, com dogmáticos, muitas horas,
dias, anos de dedicação...mas agora estamos assistindo um momento de
expansão e procura a respeito deste movimento. O número de pessoas
interessadas em conhecer o poliamor, o aumento de indivíduos que
participam dos encontros, o aumento de estudiosos no tema e a melhor
aceitação dele nos meios jurídicos, acadêmicos, literários, além da
procura que temos tido da mídia (constante), etc.
Tudo isso me faz
entender que esse momento é de vitória! Muitas outras lutas virão e
teremos que continuar a encara-las, mas nesse INSTANTE quero apreciar o
que já conquistamos e acariciar minhas cicatrizes com a certeza de que
nada foi em vão.
Clique na imagem para ver a matéria que saiu no UOL Tab!
domingo, 7 de dezembro de 2014
sexta-feira, 28 de novembro de 2014
PRIORIDADE?
Acabei de me dar conta de que já estou há quase dois meses sem postar...meu blog andou meio abandonado, mas a vida muito tumultuada. Nem sempre damos conta de fazer tudo, né? Prioridades!
E foi sobre isso que andei refletindo nos últimos dias eque me inspirou a escrever agora: PRIORIDADE. O que vem a ser prioridade em um relacionamento poliamoroso?
Bem, atualmente me encontro em quatro relacionamentos - com intensidade, organicidade,
afetividade, envolvimento, expectativas diferentes. Um deles, que já foi citado diversas vezes no blog, é o Rafa e estamos juntos há mais de três anos: já fomos ficantes, namorados, casados e agora namorados novamente. Nosso amor é profundo e fundamentado na amizade, companheirismo, afinidades e cumplicidade. Meu outro relacionamento também longo - acho que dura uns dois anos (contando a parte assexuada da relação) se consolidou à distância. Contudo, mesmo morando em estados diferentes e tendo que enfrentar as dificuldades impostas pela distância, existe um amor, um carinho e um tesão enorme entre nós dois. Não imagino minha vida sem eles!
Os outros são bem mais recentes, questão de poucos meses. Um deles eu conheço faz alguns anos; o outro, ha bem pouco tempo.. E aqui começa a complexidade sobre a qual venho focado minha reflexão.
A outra pessoa com quem comecei a me relacionar recentemente é o Will, ele me foi apresentado pelo próprio Rafa há quase três anos. Nesses anos de convivência nós ficávamos quase todas as vezes em que nos víamos, chegando ao ponto de termos uma convivência e uma afetividade mais estreita...porém, como tínhamos muitas divergências importantes, nunca passamos disso. Só que, como a vida não é uma linha reta, nos reaproximamos nesses últimos meses. Primeiro porque uma terceira pessoa nos fez relembrar um do outro (uma situação complicada da qual não tenho como falar nada além disso), voltamos a conversar pelo face com mais frequencia e, quando eu fui me mudar de cidade, resolvemos nos despedir. Obviamente ficamos e dessa vez não paramos mais de ficar. Fora a questão sexual que, em minha visão sempre foi muito legal, nossa amizade foi fortalecida pelo apoio e carinho que ele manifestou em vários momentos difíceis que passei. Quando há dois meses me vi em uma situação bastante desesperadora, o Will foi uma das pessoas que mais me acolheu e desde então estamos morando juntos na casa de seus pais. Incrivelmente a convivência se mostrou (e se mostra) bastante prazerosa e enriquecedora. Buscamos nos ajudar em tudo, de trabalho a problemas com outros relacionamentos. As afinidades são muitas e estamos conseguindo lidar bem com as divergências. Há aproximadamente duas semanas percebi que estava apaixonada!
Temos planos de ter a nossa própria República! ;)
Por fim, o relacionamento mais recente de todos, o Ádamo - um menino muito mais novo do que eu - está sendo muito descontraído. O lindo está tendo sua primeira experiência poli comigo. Ele é uma graça, super divertido e o sexo...é incrível! Sinto por ele algo que não sinto por nenhum dos outros, uma necessidade de cuidar, de orientar, provavelmente devido a diferença de idade. Existe muito carinho na nossa interação, mas acho que é de comum acordo que não é de nosso interesse extrapolar o que já existe no presente.
Mas agora, como tratarei de prioridade entre relacionamentos totalmente diferentes uns dos outros? Não vivo com um o que vivo com o outro, não tenho o mesmo sentimento por todos. As pessoas são únicas, as histórias também, assim como a forma e a "intensidade" dos afetos e dos desejos.
Complicado isso! Eu que sempre quis prioridade, agora percebo como ela só faz sentido se vier naturalmente, sem regra e cobrança. Não me furtarei a dar prioridade a quem já me cedeu, principalmente se é por uma causa justa e necessária. No início da minha experiência poli eu neguei prioridade ao meu antigo parceiro, depois cobrei de outro...e nesse momento abre-se um " mundo novo" pra mim, de novos sentimentos, novos pensamentos.
Quanto mais abraço minha identidade poli, mais percebo o quanto não refletia sobre meus afetos, desejos, sobre minha subjetividade na relação com o outro. Posso afirmar, que tem sido uma grande auto-descoberta, além de poder explorar o universo das possibilidades e subjetividades alheias. Algo muito positivo que tem me ajudado a ser mais empática, não só com meus relacionamentos e amizades, mas também com as limitações dos que me cercam de alguma forma.

Sharlenn
E foi sobre isso que andei refletindo nos últimos dias eque me inspirou a escrever agora: PRIORIDADE. O que vem a ser prioridade em um relacionamento poliamoroso?
Bem, atualmente me encontro em quatro relacionamentos - com intensidade, organicidade,
Os outros são bem mais recentes, questão de poucos meses. Um deles eu conheço faz alguns anos; o outro, ha bem pouco tempo.. E aqui começa a complexidade sobre a qual venho focado minha reflexão.

Temos planos de ter a nossa própria República! ;)
Por fim, o relacionamento mais recente de todos, o Ádamo - um menino muito mais novo do que eu - está sendo muito descontraído. O lindo está tendo sua primeira experiência poli comigo. Ele é uma graça, super divertido e o sexo...é incrível! Sinto por ele algo que não sinto por nenhum dos outros, uma necessidade de cuidar, de orientar, provavelmente devido a diferença de idade. Existe muito carinho na nossa interação, mas acho que é de comum acordo que não é de nosso interesse extrapolar o que já existe no presente.
Complicado isso! Eu que sempre quis prioridade, agora percebo como ela só faz sentido se vier naturalmente, sem regra e cobrança. Não me furtarei a dar prioridade a quem já me cedeu, principalmente se é por uma causa justa e necessária. No início da minha experiência poli eu neguei prioridade ao meu antigo parceiro, depois cobrei de outro...e nesse momento abre-se um " mundo novo" pra mim, de novos sentimentos, novos pensamentos.
Quanto mais abraço minha identidade poli, mais percebo o quanto não refletia sobre meus afetos, desejos, sobre minha subjetividade na relação com o outro. Posso afirmar, que tem sido uma grande auto-descoberta, além de poder explorar o universo das possibilidades e subjetividades alheias. Algo muito positivo que tem me ajudado a ser mais empática, não só com meus relacionamentos e amizades, mas também com as limitações dos que me cercam de alguma forma.

Sharlenn
quarta-feira, 17 de setembro de 2014
Diferença entre Poliamor e Relação Aberta (R.A.)
Muitas pessoas
confundem poliamor com o modelo de relação não monogâmica denominado relação
aberta. Contudo, esses dois conceitos não podem ser usados como sinônimos, uma
vez que representam, de fato, formas de relacionamento distintas.
A chamada relação
aberta é, em geral, um vínculo entre duas pessoas – que compõem o casal – mas
que possui a prerrogativa de permitir relacionamentos com outras pessoas externas
à relação. Normalmente, há uma regra explícita de que todo o envolvimento
“extrarrelacionamento” deve ser exclusivamente sexual.
Dentre as
configurações mais comuns de R.A. temos as relações paralelas, em que os
parceiros simplesmente saem para sexo casual com outros indivíduos; temos o
casal que namora uma terceira pessoa (sendo o casal sempre prioridade); há
também casais que fazem acordos de só poderem ter relações com outras pessoas
sob o consentimento da outra parte; de só poderem ter sexo com outros em
viagens, etc. Raramente os casais que vivem uma relação aberta permitem ao parceiro
(a) um envolvimento afetivo fora do casal estabelecido. De qualquer forma, o
que marca a relação aberta é o estabelecimento do casal como prioridade: existe
o casal e existem as outras pessoas com as quais eles (juntos ou não) têm,
sobretudo, sexo.
Já o poliamor,
entendido aqui como um fenômeno social (ou seja, que surgiu na sociedade a
partir de uma necessidade – muitas vezes inconsciente – dos indivíduos) possui
uma grande variedade de arranjos e possibilidades. O poliamor é um modelo de
relacionamento não monogâmico que se identifica pela não exclusividade
afetiva-sexual entre as partes e a igualdade de possibilidades entre todos os
envolvidos: se há somente abertura sexual, não se configura como poliamor; se apenas
a uma das partes é consentida a liberdade de poder se envolver com outras
pessoas, estamos tratando de um caso de poligamia e não de poliamor. Fora isso,
o poliamor pode se configurar em relacionamentos em grupo – quando todas as
pessoas envolvidas possuem relações entre si; pode ser que as partes de um
casal tenham outros relacionamentos afetivos-sexuais ou mesmo só sexuais, ou
alguns afetivos e outros sexuais. Não há uma regra que defina a configuração
dessas relações: cada relação poliamorosa constrói suas próprias regras visando
às necessidades específicas das pessoas envolvidas.
Outro fator comum
ao poliamor e que não é visto no relacionamento aberto é a questão da família
não nuclear. Ou seja, muitos poliamoristas que vivem em grupos querem casar e
ter filhos, só que, nesse caso, a união não é somente entre duas pessoas e os
filhos geralmente são pelo grupo. Já os que mantêm uma relação aberta e querem constituir família entendem que a família é nuclear – pai, mãe e filhos do casal – não tendo os demais parceiros sexuais qualquer ligação com a constituição da família ou vínculo com os filhos do casal.
Assim, é coerente concluir que, embora essas duas formas de
relacionamento pertinente sejam não monogâmicas, no relacionamento aberto o
casal é prioridade, a família (caso seja constituída) terá a base nuclear e, na
grande maioria das vezes, a abertura desses casais é puramente sexual, havendo,
inclusive, acordo de fidelidade afetiva. O poliamor é mais abrangente em
possibilidades, em formatos. A legitimidade de poder amar várias pessoas
concomitantemente, viver mais de um relacionamento afetivo-sexual e a
possibilidade de igualdade entre as partes envolvidas são algumas de suas
principais características.
Há mais de três anos em uma relação poliamorosa como meu gato, Rafael Machado! ;)
Sharlenn
sexta-feira, 12 de setembro de 2014
Amor, Poliamor...
Bem, como muitos sabem, eu tenho 31 anos. Desses, há 16, 17 vivo relações afetivas-sexuais. Namorei monogamicamente durante 5 anos, depois
me casei (sendo a maior parte desse casamento mono e depois RA), o que durou
cerca de 9 anos. Há mais de três anos conheci o poliamor e, a partir de então,
passei a ter apenas relacionamentos poliamorosos. Como no poliamor um
relacionamento nao exclui o outro, minhas experiências sexuais e meus
relacionamentos amorosos mais que quadruplicaram nesse pequeno período. Assim,
posso dizer, por mais estranho que possa parecer, que minhas experiências de
relacionamento são muito mais polis do que monos.
De qualquer forma, me sinto apta a analisar ambos a partir
da minha vivência. E por conseguir analisar, comparar, racionalizar, sei que
nunca mais voltarei a ser monogâmica. Afinal, eu SOU poli. É assim que me sinto
e me entendo, é o que defendo como forma superior de relacionamento.
E nesse momento pretendo analisar uma questão em particular:
o amor. Obviamente que eu amava meus parceiros monogâmicos, mas agora
identifico elementos como posse, insegurança, ciúme, egoísmo entranhados no
amor que eu sentia. Sentimentos que trouxeram vários conflitos internos e
externos em minha vida.
Diferentemente das minhas experiências monogâmicas, os
relacionamentos poliamorosos que tive (e os que tenho) me fizeram enxergar o
amor como algo muito mais pleno, incondicional. Todos os que amei desde então,
de alguma forma, ainda continuo amando. Se o relacionamento nao terminou porque
as pessoas mudaram e se tornaram estúpidas, falsas, etc., aos meus olhos, eu
nao tenho motivo para deixar de ama-las.
Percebi que muitas vezes os relacionamentos nao acabaram por
falta de amor, mas por incompatibilidades percebidas com o tempo, distancia,
projetos diferentes de vida, entre outras coisas que nao me fizeram deixar de
gostar dx parceirx em questão. Por isso continuamos amigos, amigos coloridos,
ficantes. Procuro ter o que posso ter de melhor com cada uma dessas pessoas e
isso realmente me faz bem, não deixamos de existir uns para os outros, não
deixamos de ter vínculos.
Agora vivo uma situação que me demonstra com ainda mais
clareza o que eu já vinha percebendo: o amor nas relações polis tem a
potencialidade de nos fazer mais generosos, mais “altruístas”, o sentido de
querer o bem dx outrx é
amplificado – não busco o que é melhor pra mim submetendo a felicidade de meus
parceirxs à minha vontade, aos meus caprichos e desejos.
Amo muito alguém que pode não mais estar presencialmente na
minha vida daqui ha um tempo. Foi uma escolha de vida delx, algo que pode lhe
proporcionar uma vida melhor, mais rica e plena. Bem, o meu desejo egoísta é
que essa pessoa continue por perto, mas ele é absurdamente menor que a minha
felicidade de ver a possibilidade
de uma vida melhor para essa pessoa. Eu a amo tanto, mais tanto, que o fato de
ela poder viver melhor, mesmo longe, me traz felicidade.
Claro que sofrerei a ausência, a saudade, mas nada disso
apaga ou diminui os momentos que vivemos e o amor que sentimos. Se é amor tem
que libertar, tem que permitir que os indivíduos sejam livres para viverem suas vidas e
fazerem suas escolhas. Ser feliz em um relacionamento as custas dos sonhos,
projetos de quem se ama... não me parece amor. Para mim, hoje, amor é o que
sentimos quando vemos quem amamos realizado e feliz.
Mais uma vez: o amor não encarcera, o amor liberta!
Sharlenn
quarta-feira, 3 de setembro de 2014
O Poliamor ganhando visibilidade!
Depois de duas semanas ótimas cheias de ótimas notícias e conquistas polis - O encontro Poli de agosto contando com mais de 200 pessoas, reportagem no Globo, Na Catraca Livre, Na Isto é, propostas de mais entrevistas, etc. - hoje acabei de receber uma proposta que me deixou muito entusiasmada e eu
gostaria de compartilhar com todos os polis e simpatizantes!!
gostaria de compartilhar com todos os polis e simpatizantes!!
Acabei de receber um telefonema de uma editora de uma revista feminina perguntando se eu não teria interesse em publicar na revista X o tipo de texto que posto no meu blog!!!!
Ela disse que a intenção é montar uma coluna chamada: "amor e sexualidade da mulher contemporânea"...!!!
Ela disse que a intenção é montar uma coluna chamada: "amor e sexualidade da mulher contemporânea"...!!!
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
Encontro sobre Poliamor no Rio nesse domingo!
CATRACA LIVRE:
- A gente enfrenta muito preconceito e, no caso das mulheres, a carga de discriminação é maior ainda - afirma Eduardo, que será mediador do evento e prefere não ter o sobrenome revelado.
Read more: http://oglobo.globo.com/sociedade/encontro-sobre-poliamor-debate-relacoes-nao-monogamicas-no-rio-13677221#ixzz3B2RhmhK9
O Parque Eduardo Guinle, em Laranjeiras, recebe no próximo domingo, dia 24, às 15h, um encontro sobre o poliamor. O evento irá reunir os adeptos da prática e também os que desejam conhecer o tema.
O evento será dividido em dois momentos, uma onde as pessoas que desejarem irão se apresentar e falar sobre suas vivências com o poliamor e um outro dedicado a socialização. E, a roda de conversar irá passar por dois temas, “o que é o poliamor?” e o “o poliamor e feminismo hoje”.
Mais informações sobre o evento na página do Facebook.
JORNAL O GLOBO ONLINE
RIO - Quantas pessoas cabem numa relação afetiva? Para os adeptos do poliamor - relações não monogâmicas consensuais - não há limites. Praticá-lo, entretanto, não é exatamente fácil. É preciso lidar com questões como ciúme e preconceito. Para debater a melhor forma de enfrentá-las, praticantes e interessados se reunem, neste domingo, no "Encontro público sobre poliamor", no Rio de Janeiro.
- A gente enfrenta muito preconceito e, no caso das mulheres, a carga de discriminação é maior ainda - afirma Eduardo, que será mediador do evento e prefere não ter o sobrenome revelado.
O evento começa às 15h, no Parque Eduardo Guinle, em Laranjeiras. Na programação está um debate sobre o conceito de poliamor, a partir do compartilhamento de experiências pessoais, e a roda de conversa "o poliamor e o feminismo hoje".
Ele conta que outros encontros como este já foram feitos e chegaram a reunir cerca de 70 pessoas. Desta vez, Eduardo acha que o número de participantes passará de cem. Isso porque a comunidade dedicada ao tema no Rio vem crescendo, pelo menos, no Facebook. Se até janeiro deste ano eram 194 participantes, hoje são 444.
- As pessoas já estão aceitando mais este estilo de vida. Com o encontro, o objetivo é um ajudar ao outro. Muitas vezes, as próprias pessoas sentem preconceito por achar que fazem algo errado. Mas vamos mostrar que elas não são nenhum marciano. Não há regras que obriguem ninguém a ser monogâmico.
Read more: http://oglobo.globo.com/sociedade/encontro-sobre-poliamor-debate-relacoes-nao-monogamicas-no-rio-13677221#ixzz3B2RhmhK9
terça-feira, 19 de agosto de 2014
Relacionamentos polis à distância
Atualmente possuo dois relacionamentos “sérios” (detesto
essa palavra...) e os dois são à distancia, pior, em lugares diferentes. Bem,
eu nunca gostei dessa idéia de manter relações afetivas-sexuais nesse formato,
achei que não daria certo para mim, pois, aprecio ter as pessoas com que me
relaciono por perto.
Enquanto um era à distancia , mas eu morava com o
outro, eu considerava que só
conseguia suportar a ausência física
(por mais de 1 ou 2 meses) do parceiro que estava longe porque podia ter
o outro por perto.
Agora eu me vejo em uma situação totalmente nova e,
confesso, não sabia se ia
conseguir lidar com ela. Alem dessa novidade, minha
vida também está passando por transformações profundas...o que me deixou ainda
mais reticente.
Primeiro pensei o que eu acho viável para que se mantenha
qualquer relacionamento à distancia
- sendo ele poli ou nao . Nisso constatei o que já acontece com meu
relacionamento mais antigo: manter contato por internet, Whatzzap e telefone,
ter uma certa constância de momentos presenciais e aproveitá-los ao máximo,
reafirmar o amor, fazer planos, ser presente mesmo estando distante. Faz
sentido e tem dado certo.
Depois refleti que, alem de ter duas pessoas que adoro e com quem vou
trocar todas essas “fofurices” além de ter certo contato presencial, eu ainda por
cima sou poli! Ou seja, nao estou “condenada” a ter uma vida sexual escassa.
Posso sair e ficar com pessoas, me interessar por elas, quem sabe até um novo
relacionamento? RS (Não, não é o que eu quero no momento, mas as possibilidades
estão sempre abertas...). Fora isso,
só o fato de não haver ciúme ou insegurança (que bom que elxs tenham
outras pessoas!!), acho que um relacionamento poli à distancia possa
dar muito mais certo do que um mono na mesma condição.
Bem, mas como minha experiência nesse caso ainda é muito
recente, vou avaliando aos poucos...
E vocês acham que pode dar certo??
quinta-feira, 14 de agosto de 2014
Ou se adapta ou morre?
Dentro da estrutura "funcional" dessa colônia chamada Brasil compete às autoridades auto-impostas ou inadequadamente eleitas, aos "especialistas" de todo tipo (formalmente legitimados pelo sistema), definir, regular, controlar, "disciplinar" a vida dos indivíduos. Assim, quem não se "enquadra" no modelo de "cidadão são, "normal", "produtivo" - criados e impostos pelos "especialistas"- é julgado, inferiorizado, ridicularizado, e, não raro, punido.
Tudo o que é diferente, que não se compreende (ou que não se torna vantajoso de ser compreendido), torna-se um enigma e uma ameaça. Indivíduos que fogem aos "padrões" são tidos como adversários, opositores. O diferente é inaceitável porque é temido, porque carrega em si a possibilidade de algo novo, de reflexão e questionamento do dogma da naturalização dos valores e estruturas atuais.
Tragicamente, os "não enquadrados" acabam, ou interiorizando grande culpa por não ser quem queriam que eles fossem, ou se vêem privados da liberdade de existirem tais como são, como se construíram. A privação de liberdade é traduzidas em violência psíquica, física e em sanções variadas.
Essa é a nossa sociedade - gerida pelo alicerce capitalista, moralista, opressor e hipócrita. Uma cultura que reprova o diferente, que o criminaliza (de forma implícita ou explícita), acaba tornando inviável a existência do mesmo.
A pressão é torturante, a exigência por adequação massacra a individualidade de quem ousa pensar autonomamente, de quem assume valores que fazem sentido, não com a hipocrisia do status quo, mas com a realidade concreta, factual e aos desejos sinceros de igualdade, fraternidade e expansão.
Como diferenciar Virtude, Transgressão, "Pecado", "Vontade de Potência", Crime? Quem é apto a decidir? A julgar a sanidade? Que lei? Que justiça? Quem nessa sociedade medíocre e gananciosa saberia enxergar a distinguir o Ubermansh de um verme que deve ser esmagado?
Não Monogâmicos, Homossexuais, Bissexuais, Transexuais, Negros, Feministas, Socialistas, Anarquistas, Trabalhadores que apenas subsistem, Artistas que nunca serão reconhecidos...Todos nós estamos na mesma gaiola, uns já perceberam, outrxs nunca perceberão...mas somos VÍTIMAS desse mundo cruel e dessa sociedade assassina.
Todos os dias é a dor, o desespero, a angústia, a culpa, a pressão que mata milhares de nós.
A burguesia cospe na nossa cara e muitos de nós ainda a aplaudimos... queremos ser como eles, ter os mesmos direitos...ao invés de lutar para que NINGUÉM nunca mais seja trancafiado em uma gaioloa,
mesmo que dourada...
Sharlenn
Tudo o que é diferente, que não se compreende (ou que não se torna vantajoso de ser compreendido), torna-se um enigma e uma ameaça. Indivíduos que fogem aos "padrões" são tidos como adversários, opositores. O diferente é inaceitável porque é temido, porque carrega em si a possibilidade de algo novo, de reflexão e questionamento do dogma da naturalização dos valores e estruturas atuais.
Tragicamente, os "não enquadrados" acabam, ou interiorizando grande culpa por não ser quem queriam que eles fossem, ou se vêem privados da liberdade de existirem tais como são, como se construíram. A privação de liberdade é traduzidas em violência psíquica, física e em sanções variadas.
Essa é a nossa sociedade - gerida pelo alicerce capitalista, moralista, opressor e hipócrita. Uma cultura que reprova o diferente, que o criminaliza (de forma implícita ou explícita), acaba tornando inviável a existência do mesmo.
A pressão é torturante, a exigência por adequação massacra a individualidade de quem ousa pensar autonomamente, de quem assume valores que fazem sentido, não com a hipocrisia do status quo, mas com a realidade concreta, factual e aos desejos sinceros de igualdade, fraternidade e expansão.
Como diferenciar Virtude, Transgressão, "Pecado", "Vontade de Potência", Crime? Quem é apto a decidir? A julgar a sanidade? Que lei? Que justiça? Quem nessa sociedade medíocre e gananciosa saberia enxergar a distinguir o Ubermansh de um verme que deve ser esmagado?
Todos os dias é a dor, o desespero, a angústia, a culpa, a pressão que mata milhares de nós.
A burguesia cospe na nossa cara e muitos de nós ainda a aplaudimos... queremos ser como eles, ter os mesmos direitos...ao invés de lutar para que NINGUÉM nunca mais seja trancafiado em uma gaioloa,
mesmo que dourada...
Sharlenn
domingo, 3 de agosto de 2014
Amor não é "status" de relacionamento
Como já falado anteriormente aqui no blog, eu possuía um casamento poliamoroso há quase três anos.
Eu e meu parceiro vivemos um casamento muito feliz, temos muitas afinidades em comum, muitas similaridades e compatibilidade. Há e sempre houve entre nós respeito, admiração, amizade e companheirismo.
Há algumas semanas atrás percebemos que, por uma série de motivos circunstanciais, nossa convivência já não nos potencializava, estávamos nos prejudicando mais do que nos ajudando. Essa percepção foi dolorosa, sofrida. Tentamos ignorar esse fato, o que foi desastroso e, por fim, nos afastamos.
Em todo esse meio tempo, mantive meu outro relacionamento (pessoa que me ajudou muito nesse processo todo) e até comecei algo novo com outra pessoa. Porém, ninguém no mundo poderia substituir o amor e a dor da separação que eu estava sentindo: ninguém substitui ninguém, uma relação não toma o lugar da outra, as pessoas são especiais em nossa vida por QUEM elas são. Obviamente, o fato de eu ter recebido apoio de outros relacionamentos e amigos, minimizou o sofrimento (mais uma vantagem do Poliamor a meu ver, os amores se somam, não se excluem, a compersão quando substitui o ciúme, melhora a qualidade dos relacionamentos), mas, de forma alguma, preencheu o vazio deixado pelo término do meu casamento.
Entretanto, a saudade, o amor, a admiração, o carinho, o querer bem persistiam. Voltamos a nos falar e reafirmamos nossa grande amizade...Um dia marcamos de ir ao cinema, conversamos, choramos, conversamos mais e meu ex marido e querido amigo me pediu em namoro - o que eu prontamente aceitei!
Tenho para mim que as pessoas em geral veriam tal fato como um retrocesso em nosso relacionamento, uma constatação da diminuição do nosso amor. Porém, para nós significou que o nosso amor está para além de qualquer denominação, de um modelo linear de vida e relacionamento. Compreendemos que nas circunstâncias atuais morarmos juntos não é a melhor opção, só isso.
Todos esses eventos me fizeram refletir muito. Mais uma vez experencio as vantagens de ter escolhido para minha vida o Poliamor como modelo de relação, de vida. Quando o sentimento, é de fato, mais importante do que os papéis sociais, do que as idealizações do amor romântico, podemos desfruta-lo de forma muito mais leve, livre, honesta. Podemos dialogar, mediar, escolher como viver em cada momento da vida, de que forma podemos potencializar o amor e estreitar os laços.
Assim reafirmo, AMOR NÃO É STATUS DE RELACIONAMENTO, STATUS DE RELACIONAMENTO NÃO É AMOR!
Sharlenn

Eu e meu parceiro vivemos um casamento muito feliz, temos muitas afinidades em comum, muitas similaridades e compatibilidade. Há e sempre houve entre nós respeito, admiração, amizade e companheirismo.
Há algumas semanas atrás percebemos que, por uma série de motivos circunstanciais, nossa convivência já não nos potencializava, estávamos nos prejudicando mais do que nos ajudando. Essa percepção foi dolorosa, sofrida. Tentamos ignorar esse fato, o que foi desastroso e, por fim, nos afastamos.
Em todo esse meio tempo, mantive meu outro relacionamento (pessoa que me ajudou muito nesse processo todo) e até comecei algo novo com outra pessoa. Porém, ninguém no mundo poderia substituir o amor e a dor da separação que eu estava sentindo: ninguém substitui ninguém, uma relação não toma o lugar da outra, as pessoas são especiais em nossa vida por QUEM elas são. Obviamente, o fato de eu ter recebido apoio de outros relacionamentos e amigos, minimizou o sofrimento (mais uma vantagem do Poliamor a meu ver, os amores se somam, não se excluem, a compersão quando substitui o ciúme, melhora a qualidade dos relacionamentos), mas, de forma alguma, preencheu o vazio deixado pelo término do meu casamento.
Entretanto, a saudade, o amor, a admiração, o carinho, o querer bem persistiam. Voltamos a nos falar e reafirmamos nossa grande amizade...Um dia marcamos de ir ao cinema, conversamos, choramos, conversamos mais e meu ex marido e querido amigo me pediu em namoro - o que eu prontamente aceitei!
Tenho para mim que as pessoas em geral veriam tal fato como um retrocesso em nosso relacionamento, uma constatação da diminuição do nosso amor. Porém, para nós significou que o nosso amor está para além de qualquer denominação, de um modelo linear de vida e relacionamento. Compreendemos que nas circunstâncias atuais morarmos juntos não é a melhor opção, só isso.
Todos esses eventos me fizeram refletir muito. Mais uma vez experencio as vantagens de ter escolhido para minha vida o Poliamor como modelo de relação, de vida. Quando o sentimento, é de fato, mais importante do que os papéis sociais, do que as idealizações do amor romântico, podemos desfruta-lo de forma muito mais leve, livre, honesta. Podemos dialogar, mediar, escolher como viver em cada momento da vida, de que forma podemos potencializar o amor e estreitar os laços.
Assim reafirmo, AMOR NÃO É STATUS DE RELACIONAMENTO, STATUS DE RELACIONAMENTO NÃO É AMOR!
Sharlenn

terça-feira, 29 de julho de 2014
Compartilhando
" Nada
contra monogamia, até tenho amigos que são. Mas não precisa ficar
mostrando assim em público, né? Como vou explicar para as crianças? "Ele
obriga a namorada a desejar somente a ele, como se fosse realmente
possível, sob punição de rompimento total. Isto é, usa o afeto como
ferramenta de restrição de liberdade." Não dá, né? " ( Bruno Burden)
terça-feira, 15 de julho de 2014
Por um mundo sem opressão
Vivemos em uma sociedade onde quem não se encaixa nas regras e padrões do status quo, invariavelmente sofre algum tipo de discriminação e/ou opressão. No meu caso, ser mulher, bissexual e poliamorista faz com que eu sinta uma rejeição enorme pela maior parte das pessoas que me conhecem (fora da "bolha" em que vivo), no trabalho, na família, na vizinhança...
Quando reflito sobre essa rejeição, percebo que os motivos são completamente irracionais - nunca fiz mal a nenhum deles, aliás, sou normalmente uma pessoa bem empática e " boazinha"...ainda assim, não gostam de mim porque sou diferente, errada (aos olhos deles), não vivo a vida que a sociedade impõe aos seus "carneirinhos". Pior do que isso: ouso ser quem sou, dizer quem sou e defender os direitos de quem é oprimido.
Quando decidi enfrentar os valores vigentes e as normas sociais de nossa sociedade doente, sabia que teria uma luta muito árdua pela frente. Somado o que já disse sobre mim ao fato de eu ser mãe e professora de filosofia/sociologia, os desafios são ainda maiores. Mas que escolha eu tinha? Continuar vivendo um personagem, uma vida de mentira ou me afirmar como sou e lutar para que outras pessoas pudessem fazer o mesmo sem tanto sofrimento?
A minha constatação é que não sou EU que devo mudar, e sim a hipocrisia, o individualismo, a competição e o mercado. Sei que sozinha sou muito pouco, quase nada para conseguir alguma mudança relevante; mas juntos, todos os oprimidos, os tidos como "desajustados", descartáveis, "errados", podemos pressionar esse sistema opressor e conseguir vitórias importantes.
Então hoje escrevo um apelo às pessoas que não se sentem adaptadas, que sofrem uma ou mais opressão em suas vidas, que se unam a nós. Desistir e abaixar a cabeça não é o melhor caminho, mudanças acontecem o tempo todo, paradigmas são transformadas, a História nos mostra que Revoluções são possíveis!
Estou cansada de ser tratada como uma aberração porque não me reduzo a um robô do sistema, não acato todas as suas normas e regras, questiono o que acho errado e luto pelo que considero certo. Vocês não??
Sharlenn
Quando reflito sobre essa rejeição, percebo que os motivos são completamente irracionais - nunca fiz mal a nenhum deles, aliás, sou normalmente uma pessoa bem empática e " boazinha"...ainda assim, não gostam de mim porque sou diferente, errada (aos olhos deles), não vivo a vida que a sociedade impõe aos seus "carneirinhos". Pior do que isso: ouso ser quem sou, dizer quem sou e defender os direitos de quem é oprimido.
Quando decidi enfrentar os valores vigentes e as normas sociais de nossa sociedade doente, sabia que teria uma luta muito árdua pela frente. Somado o que já disse sobre mim ao fato de eu ser mãe e professora de filosofia/sociologia, os desafios são ainda maiores. Mas que escolha eu tinha? Continuar vivendo um personagem, uma vida de mentira ou me afirmar como sou e lutar para que outras pessoas pudessem fazer o mesmo sem tanto sofrimento?
A minha constatação é que não sou EU que devo mudar, e sim a hipocrisia, o individualismo, a competição e o mercado. Sei que sozinha sou muito pouco, quase nada para conseguir alguma mudança relevante; mas juntos, todos os oprimidos, os tidos como "desajustados", descartáveis, "errados", podemos pressionar esse sistema opressor e conseguir vitórias importantes.
Então hoje escrevo um apelo às pessoas que não se sentem adaptadas, que sofrem uma ou mais opressão em suas vidas, que se unam a nós. Desistir e abaixar a cabeça não é o melhor caminho, mudanças acontecem o tempo todo, paradigmas são transformadas, a História nos mostra que Revoluções são possíveis!
Estou cansada de ser tratada como uma aberração porque não me reduzo a um robô do sistema, não acato todas as suas normas e regras, questiono o que acho errado e luto pelo que considero certo. Vocês não??
Sharlenn
domingo, 29 de junho de 2014
Ruptura com a monogamia
Muitas
pessoas, ao se perceberem não monogâmicas, entram em crise. Se sentem culpadas,
erradas, excluídas, sozinhas. Tendem a pensar que são os únicos indivíduos no mundo que não conseguiram se adaptar
aos padrões considerados naturais e, portanto, "normais" da espécie
humana; que devem ter algum distúrbio, doença ou algo de muito ruim, imoral.
Assim,
não é de se admirar que vários
indivíduos que não se identificam com a monogamia, continuem insistindo em
buscar relacionamentos nesse molde. Escolhem a mentira, a máscara da
“normalidade” e se esforçam para estancar o conflito de não se sentirem
adequados ao mesmo tempo que lutam por tal adequação – fonte de enorme
sofrimento subjetivo.
Contudo, alguns de nós começamos a compreender que a única
alternativa que temos para evitar tal sofrimento é conquistar aceitação e
respeito (quem sabe compreensão), é deixar para trás a tortura perpétua de não
ser o que se é, ou seja, romper com a “normalidade”, assumir uma identidade não
monogâmica, lutar pelo direito de sentir, desejar, se relacionar com quantas
pessoas quiser, mesmo que tal ruptura com os padrões social e moralmente
estabelecidos signifique viver à
margem da sociedade.
Sharlenn
sábado, 31 de maio de 2014
Ovelha Negra
Não é fácil ser tão diferente dos padrões estabelecidos pela
sociedade. Hoje, nao sofro por uma dualidade subjetiva, sinto-me bem sendo quem
sou – ateia, socialista, rockeira, poli, bissexual, pretensa filósofa e
escritora. Mas percebo que sou uma bizarrice perante os outros... Isso nao deveria
me incomodar, mas fui condicionada a tentar agradar, a ser aceita (por mais que
nunca tenha sido). Às vezes odeio não conseguir ser “normal”, às vezes gostaria
de ser burra, tapada, acomodada, alienada... viver como a maioria vive, pelo
menos estaria com minha filha...

Esse mundo é insano! As pessoas vivem achando que são
livres!!! Mas nao conseguem se libertar nem em suas mentes! Completamente
manipuladas pela ideologia burguesa... E eu vejo tudo isso, olho pra mim, minha
impotência, vejo o quarto vazio da minha filha, penso nos 31 anos de vida
desperdiçados.. e choro!
Quando desanimo, as pessoas mais próximas me
reafirmam que o mundo precisa de pessoas como eu, com coragem, força,
inteligência, conhecimento e boa-fé... Mas cadê tudo isso em mim que eu não vejo? Que coragem é essa que me paralisa quando preciso agir, quando preciso
gritar?!
Para que me serve a inteligência e o conhecimento se não
consigo transformá-los em nada de útil? Não consigo nem ao menos ser a
professora que já fui um dia...não acredito mais que posso convencer ninguém
através da razão...se a estrutura social nao mudar, nao há solução...nem pra
mim, nem pra ninguém.
Está tudo errado...mas quem se importa?!
Nem todas as escolhas são fáceis, principalmente aquelas que vão contra a corrente, mas ou é viver tendo consciência das consequencias de ser "diferente"(assumindo os riscos e responsabilidades dessa escolha) numa sociedade de "iguais", ou fazer lobotomia :P
Mas nisso tudo, uma coisa é certa, o Rafael (meu "polimarido") foi/ é a pessoa mais companheira e dedicada que conheci na vida! Sei que para muita gente esses conceitos parecem incompatíveis: não exclusividade afetiva/ sexual X amor e
companheirismo... Desolador o que o moralismo vigente consegue fazer com a
cabeça das pessoas...
Mas é esse mesmo Rafael, poliamorista, que não me pede
exclusividade nenhuma, o único que está todo esse tempo ao meu lado, me levantando
quando caio, enxugando minhas lágrimas, me ajudando a continuar...
quarta-feira, 28 de maio de 2014
A particularidade dos amores
Atualmente eu vivo alguns amores. Todxs são muito importantes para mim e
fazem parte da minha vida, porém, obviamente, como são pessoas diferentes, o que
sinto e vivo com cada uma delas é próprio de cada relacionamento: a
organicidade é diferente, as compatibilidades, as afinidades, o sexo (ou falta
dele), o nível de intimidade, etc.
Percebo também que nem sempre amo com a mesma intensidade que me amam e
vice-versa – mas acho que isso não é um problema – o que importa, ao meu ver,
deve ser se o grau de satisfação que os parceiros sentem na relação é
suficiente para os mesmos, e não a comparação entre as diferentes relações.
E eu acho incrivelmente positiva a possibilidade da diversidade de
relações! Gosto de meninas e meninos (by Legião :P), de pessoas com idades
muito diferentes entre si, experiências de vida muito peculiares...não teria
sentido, e nem acho produtivo, uniformizar todas elas e nem os sentimentos que
as mesmas me proporcionam.
Da mesma forma, nao crio expectativas de que os indivíduos com quem me
relaciono irão me complementar nas diversas áreas de interesse que possuo. Na
verdade, o que acontece é que “naturalmente” nos aproximamos de pessoas que
apresentam similaridades conosco (do mesmo modo como acontece nas amizades).
Algumas pessoas vão ter mais compatibilidade do que outras, mas eu nao preciso
escolher entre elas! Todas têm características que me encantam, que nos
aproximam e nos realizam mutuamente.
Quando nos desvencilhamos da idéia do amor romântico, um mundo de
possibilidades se apresenta! Ninguém é e nem precisa ser perfeito, nao há um
único amor “verdadeiro” para a vida toda! E é muito mais provável que, sem a
exclusividade imposta pela monogamia, ao longo da vida, encontremos pessoas
que, de fato, nos enriqueçam, contribuam para nossa felicidade e nosso
desenvolvimento enquanto seres humanos.
Quanto mais pessoas se preocuparem verdadeiramente conosco, quanto mais
laços criarmos, quanto mais nos doarmos, mais chances teremos de construir uma existência
e um mundo que valham a pena.
Sharlenn
sexta-feira, 23 de maio de 2014
A caixa da mononormatividade
Não queremos impor o Poliamor a ninguém, pois AMOR não se impõe, se conquista. Mas a marginalização que sofremos por amar... simplesmente amar, de forma honesta e consensual mais de uma pessoa, é simplesmente um absurdo, um dogma, um PRECONCEITO!
Então não venham me dizer que o que eu vivo é errado. Errado é dizer que o que eu sinto não é amor só porque você não entende, porque não consegue sair da sua caixa mononormativa e perceber que o mundo é muito mais colorido do que a dualidade preto/branco que lhe ensinaram a vida inteira.
Saia da caverna ou permaneça nela, a escolha é sua. Mas não apedreje quem teve a coragem de se aventurar em campo aberto, de ousar, de queimar o cabresto social.
Sharlenn
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