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domingo, 9 de março de 2014

MATÉRIA DA Revista GLOSS, EDIÇÃO DE JUNHO/2013, P. 113.

MATÉRIA DA Revista GLOSS, EDIÇÃO DE JUNHO/2013, P. 113.

JOGO ABERTO
Sharlenn defende o sexo com amor. Mesmo que seja com mais de uma pessoa ao mesmo tempo.

"Li um artigo sobre o Poliamor e me identifiquei completamente! Não sabia se conseguiria viver nesse modelo de relação na prática, mas a teoria me pareceu fantástica: sem exclusividade afetiva ou sexual e igualdade de possibilidades entre todas as partes. Nessa época, estava casada havia quase nove anos. Éramos monogâmicos, muito ciumentos e inseguros. Mesmo assim, a vontade de ficar com outras pessoas sempre existiu. Chegamos a tentar swing e relacionamento aberto (que permite envolvimento sexual, mas não afetivo, com outras pessoas) e, por fim, Poliamor. Não deu certo e a relação acabou. Na internet encontrei o grupo Pratique Poliamor Brasil. Depois conheci pessoalmente o Rafael, um dos coordenadores. Meu interesse era só teórico, mas acabamos nos apaixonando. Hoje moramos juntos. Entre a gente nunca existiu ciúme.
Acho que a nossa relação já ter começado poliamor contribuiu para isso. Como o Rafael é também meu grande amigo, gosto de falar para ele sobre quem me interessa. No início da nossa relação, fiquei um tempo com um amigo dele. Ambos sabiam e estava tudo bem.

Poliamor não é 'pegação', não são relações sem vínculos. O que nos importa, de fato, é a possibilidade de podermos viver outras relações de forma honesta. A monogamia serve para castrar os sentimentos do outro, pois, se uma pessoa não quer mesmo ficar com mais ninguém, ela não precisa de uma regra para impedi-la de fazer o que não quer, né?

No momento, eu e Rafael estamos só nós dois e, da mesma forma que antes, muito felizes. Não foi planejado, apenas aconteceu. Não temos necessidade de ficar com outras pessoas, só queremos estar abertos às possibilidades.

Se podemos amar mais de um filho, mais de um amigo, por que não mais de um(a) companheiro(a)? Qual a diferença? Um envolve sexo e o outro não? É o sexo que determina o amor que eu sinto? São temas que definitivamente merecem mais atenção."

Por Sharlenn Carvalho, 30 anos, filósofa e coordenadora do grupo Pratique Poliamor RJ.

Um comentário:

  1. Eu e Rafael continuamos juntos até hoje: quase 2 anos e 7 meses de poliAMOR!

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